Planos, Movimentos e Ângulos

Conceito

A linguagem cinematográfica "é poética justamente porque faz parte da natureza. O processo de obtenção da imagem corresponde a um processo natural - é o olho e o cérebro da câmara que fornecem a nova e mais perfeita imagem das coisas. O nosso papel, como espectadores, é elevar a nossa sensibilidade de modo a superar a leitura convencional da imagem e conseguir ver, para além do evento imediato focalizado, a imensa orquestração do organismo natural e a expressão do estado de alma que se afirmam na prodigiosa relação câmara-objeto" (Xavier, 2005, p. 103).

Para essa linguagem o plano apresenta o conteúdo material e dramático, como uma imagem fílmica. Existem vários planos que variam consoante a duração e distância entre o objeto e câmara (Martim, 2003):

  • Plano Geral - apresenta os espaços físicos onde estão as personagens;
  • Plano Americano - Foco mais próximo das personagens (dos joelhos para cima);
  • Plano Médio - Tem uma função descritiva e foco na personagem (da cintura para cima);
  • Primeiro Plano - Tem um função expressiva e foco no rosto da personagem;
  • Grande Plano (close): Foco numa região específica do rosto da personagem.

Segundo Martim (2003, p. 46), "o movimento tem uma significação própria e busca exprimir, sublinhando, um elemento material ou psicológico que deve desempenhar um papel decisivo no desenrolar da ação." O movimento de câmara é uma técnica do plano em movimento que se pode categorizar em três tipos: travelling (deslocamento da câmara sobre um carrinho, num eixo horizontal e com um ângulo constante), panorâmica (movimento de rotação sobre o próprio eixo) e trajetória (combinação das outras duas técnicas).

Ainda, para enriquecer as cenas cinematográficas existem dois tipos de ângulos: o contrapicado (contra-plongée) que pretende transmitir uma impressão de superioridade, p.e. vilão da história; e, o ângulo picado (plongée) em oposição ao contrapicado transmite a ideia de inferioridade, p.e. vítima (Martim, 2003).

Referências Bibliográficas

Martin, M. (2003). Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Brasiliense.

Xavier, I. (2005). O Discurso Cinematográfico: a opacidade e a transparência. São Paulo: Paz e Terra.

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